Saúde: Couro Cabeludo e Cabelo? Dra. Fernanda Seabra Responde ao UOL

couro cabeludo e cabelo

Couro Cabeludo e Cabelo

Couro cabeludo e cabelo, o cabelo é a moldura do rosto e, para muitos, uma joia cuidada com todo carinho, prova disso é a profusão de produtos no mercado dos mais variados tipos: xampu, condicionador, máscaras, hidratantes, óleos, vitaminas e por aí vai —todos para satisfazer um público cada dia mais exigente e preocupado com a saúde dos fios.

Alguns problemas nessa área, como a queda, caspa e oleosidade podem estar associados à nossa saúde física e emocional. Mas calma, nem sempre um cabelo que não está saudável tem a ver com a sua saúde.

Às vezes, trata-se apenas de uma estrutura capilar fragilizada, e isso pode ter origem genética. Vale falar com um dermatologista.

No entanto, o cabelo pode refletir, sim, uma série de alterações na saúde, por exemplo, o hipotireoidismo pode deixar o cabelo mais frágil, além disso, a deficiência de vitamina B, carência de ferro ou proteínas também acabam deixando o cabelo opaco e mais quebradiço.

VivaBem ouviu especialistas, entre eles, a dermatologista Fernanda Seabra, da clinica Renoir, para entender como o cabelo e o couro cabeludo têm a ver com sua saúde.

Caspa 

É o nome popular dado a dermatite seborreica. Trata-se de uma inflamação crônica, que não tem cura, não é contagiosa e também não tem a ver com falta de higiene, essa inflamação causa uma descamação esbranquiçada ou amarelada e vermelhidão, principalmente no couro cabeludo, mas também pode atingir áreas como sobrancelhas, barba, cantos do nariz e orelhas.

Entre os sintomas mais comuns estão coceira, manchas vermelhas, irritações e até feridas, o surgimento da caspa pode ser desencadeado por predisposição genética, excesso de oleosidade no couro cabeludo, situações de fadiga ou estresse emocional, baixa temperatura, álcool, alguns medicamentos e proliferação fúngica.

Apesar de muitas pessoas não terem sintoma algum, o incômodo de ver aquelas escamações no cabelo e muitas vezes até caindo na roupa, é muito desagradável —e pode até causar vergonha prejudicando a autoestima.

Se você está passando por isso, calma, embora não tenha cura definitiva, há tratamento clínico e cuidados diários que ajudam a evitá-la. Veja dicas:

  • Evite dormir com os cabelos molhados;
  • Evite prender os cabelos úmidos;
  • Não use bonés ou chapéus constantemente;
  • Não lave o couro cabeludo com água muito quente, somente morna ou fria;
  • Aplique condicionadores e máscaras somente no comprimento do fio e não no couro cabeludo;
  • Aumente a frequência das lavagens;
  • Controle o estresse e a ansiedade.

Além disso, também é possível usar xampus específicos, sabonetes, loções, cremes e até medicações. Para saber qual é o tratamento mais adequado para o seu caso, procure um dermatologista.

Queda de cabelo (alopecia)

A alopecia, ou apenas queda de cabelo, como geralmente a chamamos, assim como a caspa, pode estar relacionada a nossa saúde física e mental.

Diariamente é comum perdermos entre 100 e 150 fios de cabelo. Isso acontece porque o couro cabeludo se alterna constantemente entre três fases: anágena (crescimento dos fios), catágena (pausa) e telógena (queda).

Quando o volume ultrapassa esse limite, é sinal de que algo pode estar errado com a saúde capilar. As principais causas para as quedas de cabelo são genética, nutricional, emocional, hormonal e por fatores externos. Abaixo citamos as mais comuns:

Alopecia androgenética: também chamada de calvície, é a causa mais comum, ela afeta tanto homens como mulheres, embora seja mais comum nos homens acima dos 50 anos —devido, principalmente, a ação do hormônio DHT (di-hidrotestosterona), que afina os fios capilares progressivamente até começar a cair.

Depois de alguns anos, a calvície já pode ser notada facilmente e os fios perdidos não nascem novamente.

A mulher também produz a di-hidrotestosterona, entretanto, os hormônios femininos —estrógeno e progesterona—, protegem os folículos da ação da DHT, por isso vemos mais homens calvos do que mulheres, as entradas frontais e a parte alta atrás da cabeça são as áreas onde os homens mais perdem cabelo.

Nas mulheres, o cabelo vai ficando ralo principalmente no topo da cabeça, mas é comum uma perda difusa, que deixa todo o couro cabeludo mais aparente.

Alopecia areata: é uma doença inflamatória, mais comum entre 20 e 50 anos de idade, entre homens e mulheres, ela se caracteriza por falhas, geralmente arredondadas, tanto no couro cabeludo, como na barba, ou até no corpo inteiro, neste caso —denominada alopecia areata universal, em que a pessoa pode ficar sem sobrancelhas, cabelo e pelos no corpo inteiro.

Ela é, basicamente, um defeito imunológico, mas também pode estar associada a questões genéticas.

De acordo com os especialistas ouvidos por VivaBem, esse tipo de alopecia é muito rápida —de um dia para o outro a pessoa pode ver uma enorme falha de cabelo.

Fatores emocionais, traumas físicos e quadros infecciosos podem desencadear ou agravar o quadro.

O cabelo pode crescer novamente, mesmo que haja perda total. Isso ocorre porque a doença não destrói os folículos pilosos, apenas os mantêm inativos pela inflamação.

Alopecia por tração:  esse tipo de alopecia se caracteriza pela perda dos fios em decorrência de alguma tração, na maioria das vezes, acontece pelo uso constante de penteados, tranças, aplique e também pelo hábito de arrancar mechas por problemas emocionais, causados pelo estresse.

Caso o problema não seja tratado a tempo, o bulbo capilar pode sofrer um dano permanente fazendo com que os folículos cicatrizem. Com isso, a área não se recupera e os fios não voltam a crescer.

É importante ressaltar que muitos medicamentos têm efeitos colaterais e podem contribuir para a perda dos fios, tais como antidepressivos, anticoagulantes, inibidores de apetite, anabolizantes, isotretinoina, anticonvulsivantes, anabolizantes, anti-inflamatórios, entre outros.

A gravidade da queda nesse caso depende da dose e do tipo de medicamento, bem como da sensibilidade de cada um.

Eflúvio telógeno (queda temporária dos fios)

É um tipo de queda de cabelo temporário —ou seja, os fios caem, mas depois de um determinado tempo, geralmente de dois a quatro meses, param de cair e tudo volta ao normal.

Por isso, no geral, o eflúvio telógeno não precisa de tratamento, porém se o paciente tiver alguma condição associada, como alopecia androgenética ou a alopecia senil (rarefação que surge após os 60 anos), é possível fazer um tratamento para recuperar o volume e o comprimento dos fios mais rápido.

É importante destacar que não há um tratamento específico, apenas algumas medicações que são estimuladoras do crescimento capilar, mas se o paciente for saudável e sem doença prévia do couro cabeludo, terá plena capacidade de recuperação.

Existem dois tipos de eflúvio: agudo e crônico, o agudo está relacionado a alguma situação vivenciada recentemente, por exemplo período pós-parto, febre, infecção aguda, sinusite, pneumonia, gripe, dietas muito restritivas que alteram a ingestão de vitaminas necessárias, anemias, diabetes mal controlada, doenças metabólicas ou infecciosas, cirurgias, especialmente a bariátrica e estresse, além de algumas medicações com efeitos colaterais na saúde capilar.

Já o eflúvio telógeno crônico faz com que a perda dos fios se repita uma ou duas vezes por ano, ou a cada dois anos, dependendo da pessoa. Nesse caso, o problema não tem causa definitiva, mas os especialistas afirmam que ele está associado a doenças autoimunes, dentre elas a mais comum é a tireoidite de Hashimoto.

Oleosidade, frizz, pontas duplas

Você sabia que a oleosidade, cabelos muito secos, pontas duplas ou até mesmo o frizz também podem estar associados à saúde? A oleosidade, por exemplo, pode ocorrer por causa da dermatite seborreica, que está intimamente ligada a fatores emocionais, como o estresse.

Já a pouca produção de sebo no couro cabeludo pode ser consequência de deficiências nutricionais, anorexia nervosa, hipotireoidismo ou hipoparatireoidismo. O frizz e as pontas duplas também podem ser provenientes dessa mesma deficiência, sobretudo, da falta de vitaminas.

Sendo assim, segundo os especialistas, a má nutrição prejudica muito a saúde dos fios. Cerca de 97% da estrutura dos cabelos é composta por proteínas, e os alimentos ricos nesses nutrientes são boas opções para ajudar o corpo na formação da queratina —que é a principal proteína do cabelo.

O ferro, o zinco e o selênio também são elementos importantes para a saúde capilar, apenas em algumas situações específicas precisamos de suplementação.

As vitaminas do complexo B e os minerais destacam-se entre os principais nutrientes responsáveis pelo crescimento saudável dos fios, promovem uma melhor resistência da fibra capilar e evitam que os cabelos fiquem fracos e quebradiços.

Por isso, o ideal é manter uma alimentação balanceada, variando entre diferentes tipos de verduras, legumes, frutas e grãos.

Alguns exemplos desses alimentos são gema de ovo, carne vermelha, abacate, couve, rúcula, espinafre, castanhas e a soja. Todos os benefícios desses alimentos também vão para o cabelo.

FonteViveBem UOL

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